A arma que tu afagas é a mesma que te mata


Há no Brasil, anualmente perto de 50 mil homicídios anuais e entre 7 e 11 mil suicídios.

O número de suicídios tem erros e o número verdadeiro é maior, mas não sabemos quanto. Há sanções morais e sanções financeiras (seguros de vida etc) que conspiram contra a exatidão do número de suicidas. Uma percentagem muito elevada dos homicídios, perto de dois em três, é feita com armas de fogo. Entre suicidas, a percentagem é menor. Há, também, acidentes.

Um número significativo de vidas seriam salvas caso implementássemos uma política eficiente de controle de armas de fogo.

O argumento pró armas é conhecido: quando a população está desarmada, os bandidos são únicos armados. De acordo com esse raciocínio, uma arma em casa daria às famílias honestas melhores condições para enfrentar possíveis assaltantes.
Muitas famílias, particularmente a esposa e os filhos, se sentiriam mais seguros pois a mão carinhosa de marido e pai seria também a mão enérgica que as protegeria. Nessa ótica o único uso da arma numa casa seria matar um eventual assaltante.

Porém a realidade é muito diferente:
em um estudo, para cada vez que uma arma doméstica é usada para matar um assaltante dentro da casa, ela mata 43 pessoas que vivem na casa ou a visitam legitimamente.
A presença de uma arma numa residência aumenta cinco vezes a probabilidade de que alguém se suicide;
aumenta três vezes a possibilidade de que alguém mate alguém, - um homicídio - e multiplica a probabilidade de acidentes letais.
O grande problema das armas de fogo é a sua eficiência: elas são muito mais eficientes que as demais armas convencionais. Quando há um conflito entre marido e mulher e uma arma for usada, se ela for uma arma de fogo a probabilidade de que alguém morra é multiplicada por doze. A arma de fogo em casa não é uma proteção, é uma ameaça. No Brasil, dois em cada três homicídios são cometidos com uma arma de fogo e dois entre cada três suicidas se matam com uma arma de fogo. O argumento de que quem quer matar ou se suicidar ou faz com qualquer arma é cientificamente errado: primeiro, porque muitos homicidas e suicidas em potencial desistem de seus planos se não encontram uma arma na hora; não encontrando armas de fogo, buscam outra arma, porque as demais armas convencionais são menos eficientes. Portanto, a inexistência de armas de fogo salva vidas humanas de duas maneiras: através da desistência de homicidas e suicidas em potencial e a através do uso de armas menos eficientes. Arredondando, há mais de 35 mil mortes, cada ano, por armas de fogo no Brasil, a vasta maioria por/de pessoas que não tem obrigação profissional de andar armadas: não são militares, policiais ou seguranças. Quantas poderiam ser evitadas através de políticas públicas é uma questão aberta. Evidentemente, quanto mais radical e mais eficiente a política pública (leia-se: Quanto mais armas retiradas de circulação) maior o número de mortes evitadas. A legislação e a sua implementação fazem diferença. Em Seattle, no Estado de Washington, nos Estados Unidos, em Vancouver, no Estado de British Columbia no Canadá, são cidades muito próximas. Há, um intenso trânsito entre as duas não obstante, as leis canadenses são muito mais duras em relação ao porte propriedade, compra e venda de armas de fogo, do que nos dado de Washington. Taxa de homicídio em SEATTLE é 65% mais alta do que em Vancouver. Outros estudos demonstram a eficiência das medidas adotadas comparando as estatísticas antes e depois da sua adoção. O homicídio é um crime jovem cada vez mais jovem. Estamos numa situação limites na qual adolescentes matam adolescentes e crianças começam a matar crianças. A presença de armas nas escolas americanas atingiu níveis críticos e o resultado, esperado, foi o crescimento da violência, inclusive da violência letal dentro das escolas. Uma medida simples, os detectores de metais, reduzem dramático na violência nas escolas.
Detectores de metais são usados comumente em aeroportos e na entrada de edifícios públicos, bancos e outras instituições. Eles passaram a ser parte do cotidiano dos viajantes., muitos dos quais os aceitam como medidas para sua própria proteção. Afinal, não estão tão longe os tempos em que terroristas de diversas orientações políticas e religiosas seqüestravam aviões as batidas e buscando motoristas não habilitados também são parte do cenário urbano em muitas cidades e têm contribuído para retirar de circulação um muitos motoristas não habilitados, forçando outros a buscar a habilitação. Porque não usar detectores móveis de metais que custam apenas R$ 400,00 cada um (há outros, menos confiáveis, que custam aproximadamente, R$ 100,00. Nos pontos de alto risco de homicídio? Porque não realizar blitz em busca de armas usando detectores de metais, que eliminam a necessidade de revista pessoal? Talvez poucos tenham pesado nessas medidas e é possível que muitos ofereçam a resistência a elas. E essas reações estão alicerçadas no fato de que ainda não consideramos o homicídio como um sério problema de saúde pública. Porém as mortes são os problemas de saúde pública n.º 1 São os principais problemas de saúde pública, porque são os que perdem maior número de vidas de anos de vida então aceitação dessas medidas não só serão aceitas como desejadas e aprovadas. A redução será rápida quando o risco, para o portador ilegal de aramas, for definido como alto for percebido como alto uma quantidade cada vez menor de armas será levadas as ruas e pelo menos um tipo de homicídio, que é muito freqüente, será evitado. O homicídio entre conhecidos que ocorrem fins de semana, em bares, botecos, AIDS etc... serão evitados algumas medidas tem ajudado a diminuir o problema: Assaltos com armas de fogo devem receber pena adicional precisamos de campanhas escolares e públicas dentro e fora particularmente precisamos de campanhas públicas para desarmar os lares. É lá onde um número consideráveis de mortes com armas de fogo acontecem. Infelizmente, a arma que tu achas que te protege é a arma que te mata

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