“Janelas” e suicídio

Poucos conceitos são tão importantes para entender o suicídio como o de “janela”. “Janela”? é, janela mesmo. É um período de duração variável, de minutos a anos, usualmente entre horas e dias, nos que a combinação de fatores internos e externos torna o suicídio mais provável. É parecido com outra janela, também negativa, a que se refere a homicídios.

  • Muitos suicídios se referem a decepções amorosas, particularmente entre jovens. Porém, o destino de uma decepção desse tipo é ser esquecida, mesmo quando tratamos de pessimistas. Durará mais ou menos, mas não durará “para sempre”. Em verdade, mesmo em pessoas pessimistas, a intensidade da decepção também varia, tendendo a diminuir. Enquanto ela dura, a janela existe.
  • No caso de algumas doenças mentais, a janela é clara, visível para observadores externos. O astral dos bipolares muda radicalmente. A mudança em alguns é rápida, muito rápida – qüestão de minutos nesses casos extremos. A bioquímica pode ser alterada rapidamente. O problema é que quem vive o problema não percebe que a janela é uma janela, que é algo que passa, que o tempo não para, nem para as coisas ruins.
  • Durante as janelas suicidas, a presença de armas de fogo em casa pode ser fatal, assim como a de outros instrumentos ou circunstâncias usados pelos suicidas.

A compreensão de que uma janela negativa é exatamente isso – uma janela, um período ruim, que passa, pode impedir mortes desnecessárias.



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