Lipídios, depressão e suicídio

Um estudo de grupo de pesquisadores associados com o Dept. of General Psychiatry, Medical University of Vienna, “Serum lipid levels in seasonal affective disorder” foi publicado no Eur Arch Psychiatry Clin Neurosci. 2006 Dec 5. Recentíssimo, portanto. Analisaram os lipídios de pacientes e sua possível relação com o que chamam de seasonal affective disorder (SAD), comparando-os com um grupo controle. É um estudo pequeno. A análise de covariança (ANCOVA) não demonstrou diferenças nos triglicerídeos, mas sim no que concerne o colesterol total.

Esse é um campo minado, com muitos estudos mostrando resultados contraditórios. Em 1992, Weidner et al haviam constatado que, ao contrário, dietas que reduziam o colesterol se relacionavam negativamente com a depressão se os pacientes fossem instruídos a consumir peixe[1].

Em 1999, Partonen et al concluíram que um cholesterol muito baixo estava associado com um “astral” baixo e com suicídio[2]. Porém, pesquisadores australianos tinham publicado resultados que demonstravam que entre idosos essa associação não existia[3].

K.-P. Su, S.-Y. Tsai e S.-Y. Huang, de Taiwan em “Cholesterol, depression and suicide” propõem que o Omega 3 atua contra a depressão, mas não assim outros ácidos gordurosos. Em 1999, Maes fizera uma proposta nesse sentido.

O único que posso concluir é que não há respostas fáceis e simples nessa área. Após consultar algumas pesquisas, passei a desconfiar de qualquer conclusão peremptória. Falta concordância entre os pesquisadores.



[1] Weidner, G., Connor, S. L., Hollis, J. F., et al (1992) Improvements in hostility and depression in relation to dietary change and cholesterol lowering. Annals of Internal Medicine, 117, 820-823

[2] Association of low serum total cholesterol with major depression and suicide. British Journal of Psychiatry, 175, 259-262.

[3] McCallum, J., Simons, L., Simons, J., et al (1994) Low serum cholesterol is not associated with depression in the elderly: data from an Australian community study. Australian and New Zealand Journal of Medicine, 24, 561-564.

Comentários

Postagens mais visitadas