Armas de fogo, suicídio e homicídio

Como saber, sem sectarismo nem chutes, se a compra de armas se relaciona com homicídios e suicídios? Uma cuidadosa pesquisa feita há dez anos procurou a resposta para essa pergunta:

Cummings, P; Koepsell, T D; Grossman, D C; Savarino, J; Thompson, R S ‘The association between the purchase of a handgun and homicide or suicide’ in American Journal of Public Health; 87 (6) Jun 97, p.974-8.

Esses pesquisadores fizeram uma pesquisa cuja chamada de chamada case-control study. Partiram das informações sobre 353 suicidas e 117 vítimas de homicídio. A estratégia chamada de case-control parte de casos conhecidos, no caso suicidas e vítimas de homicídio, e busca outras pessoas com características semelhantes que não se suicidaram nem foram assassinadas. Para cada vítima, escolheram cinco não vítimas parecidas - mesmo sexo, mesma idade, mesma zona postal (um indicador indireto de classe social). Buscaram informações para ver se essas pessoas (tanto vítimas quanto controles) tinham adquirido armas de fogo.

O risco de suicídio e de vitimização por homicídio era muito mais alto entre os que haviam comprado armas. Cinco anos mais tarde, esses riscos continuavam maiores. Esses resultados levaram os autores a concluir que o risco de mortes violentas aumenta com a compra de uma arma de fogo.

No caso de suicídios, a presença de uma arma em casa aumenta muito a probabilidade de que alguém na residência se mate. Com triste elevada frequência, adultos compram armas que filhos e filhas adolescentes e jovens usam para se suicidar. Muitos pais, ingênuamente, compram e escondem a arma esquecendo-se que todos os dias seus filhos e filhas dispõem de várias horas para procurar armas na casa. Além disso, observam os pais e ouvem as conversas. Depois da morte, esses pais terão que conviver com a culpa por muito, muito tempo.

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