Anti-depressivos, psicoterapia e suicídio

    Dois estudos ainda não publicados no American Journal of Psychiatry confirmam que o uso de anti-depressivos reduz o risco de comportamentos suicidas. Simon estudou mais de cem mil pessoas num plano de saúde que foram tratadas por estarem deprimidas. As tentativas de suicídio foram mais comuns no mes imediatamente anterior ao que se iniciou o tratamento. A explicação intuitiva é que foram levados ao tratamento exatamente porque tinham comportamentos suicidas (que podem ser tentativas, ameaças, falar muito a respeito, ideações suicidas etc).  As tentativas começaram a decrescer logo no primeiro mes depois do início do tratamento com anti-depressivos e continuaram baixando nos meses subsequentes. O mesmo padrão pode ser observado com o início de psicoterapia. Esse declínio é acentuado tanto no caso de anti-depressivos quanto no caso de psicoterapia, sugerindo que usar apenas um desses recursos é jogar fora instrumentos no combate à depressão e ao suicídio e aumentar o risco de morte do paciente. Outro estudo, com dados sobre mais de 226 mil veteranos de guerra mostra que os pacientes tratados com SSRIs ou anti-depressivos tricíclicos tentavam o suicídio com frequência menor do que os que não eram tratados.  Essas diferenças foram observadas em todos os grupos de idade, inclusive nos jovens (18 a 25).

Os dados podem ser vistos abaixo:
 




Figure 1
Temos que combater a depressão e o suicídio com todos os instrumentos disponíveis que são eficazes. Deixar de tratar os pacientes com o que há de melhor por causa de guerrilha teórica entre psicoanalistas e psiquiatras é um comportamento pior do que burro: é criminoso.

Comentários

Postagens mais visitadas