Mães maconheiras, filhos delinqüentes

    Há várias pesquisas que demonstram que a exposição pré-natal às toxinas do álcool e dos cigarros aumentam o risco de delinqüência para os filhos e filhas quando atingem a adolescência. Pesquisas mais recentes demonstram que o uso de maconha pela mãe também aumenta o risco de delinqüência dos filhos e filhas anos mais tarde. L. Goldschmidt e outros pesquisadores acompanham 600 mulheres de baixa renda durante uma década após darem a luz. Aos dez anos de idade, os pesquisadores aplicaram uma bateria de testes, inclusive alguns preenchidos pelos professores e professoras. Os resultados mostram que a exposição pré-natal à maconha provocam hiperatividade, impulsividade e dificuldades com a concentração e a atenção. Os primeiros sintomas de delinqüência apareceram com muito maior freqüência entre os meninos e meninas cujas mães fumaram maconha durante a gravidez. Essa relação se manteve depois que variáveis relevantes foram controladas.

Esses problemas não foram surpresa para os pesquisadores. Quando as crianças tinham apenas seis anos de idade, os sintomas já estavam presentes. Na escola, professores avaliaram as crianças no segundo e no terceiro semestre: aqueles cujas mães tinham fumado maconha tinham comportamento delinqüente com muito mais freqüência que os demais, ainda que igualmente pobres. Piores foram os resultados sobre a inteligência dos meninos e meninas, cujos escores nos testes de inteligência eram consideravelmente mais baixos.

Muito antes, outro estudo, dirigido por Peter Fried concluiu que o uso de maconha pela mãe reduzia a capacidade das crianças de controlar o impulso e sua capacidade de avaliar situações, mas não produzia uma redução na inteligência.

Os resultados da pesquisa dirigida por Goldschmidt, que foi maior e longitudinal, foram piores.

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Ver "Effects of prenatal marijuana exposure on child behavior problems at age 10," L. Goldschmidt, N. L. Day, and G. A. Richardson, Neurotoxicology and Teratology, Vol. 22, No. 3, May-June 2000, págs. 325-336, e

"Effect of prenatal marijuana exposure on the cognitive development of offspring at age three," N. L. Day, G. A. Richardson, L. Goldschmidt, N. Robles, P. M. Taylor, D. S. Stoffer, M. D. Cornelius, and D. Geva, Neuro-toxicology and Teratology, Vol. . 16, No o. 2, March-April 1994, págs. 169-175.

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