Pequenas tristezas e grandes depressões


Muitos eventos que acontecem na vida da gente podem provocar uma depressão, como a morte de alguém, separações,l divórcios etc. O diagnóstico de câncer é um desses evenntos: aumenta muito o risco de depressão. Algumas das consequências colaterais dos tratamentos aumentam o risco de depressão. Felizmente, há tratamento, tanto com drogas, quanto com terapia e, sobretudo, com a combinação delas, antidepressivos e terapia.
Porém, quem sai de uma grande depressão fica temporariamente muito vulnerável e deve se proteger e ser protegido(a). Uma pesquisa recente, chamada Mild Sadness Can Trigger Depression Relapse mostra que pessoas que saíram de depressões sérias permanecem sensíveis e vulneráveis ao estresse e seu risco de entrar (voltar à) numa depressão séria é bem mais alto do que o risco dos que nunca tiveram uma depressão. Não é algo bem compreendido por muitas pessoas que cuidaram dos pacientes deprimidos, inclusive amigos e familiares, que frequentemente perdem a paciência no longo caminho de cuidar deles. Há uma sensação de alívio, um ufa!!!, e ninguém está preparado(a) para a notícia de que o paciente não está "curado" e pode recair. Claro, há pacientes e ex-pacientes instrumentais que usam a depressão para obter coisas e deixar de realizar tarefas.
  • Uma pesquisa feita no Canadá mostra que, inicialmente, pequenos transtornos podem provocar grandes recaídas em sérias depressões. A pesquisa foi feita em duas etapas: na primeira, foram estudados 301 pacientes com depressão séria. Os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos, um recebeu um antidepressivo durante seis meses e outro recebeu terapia cognitivo-comportamental durante uma vez por semana.
  • Numa segunda etapa, 99 pacientes que haviam saído da depressão ouviram músicas tristes e melancólicas e que se lembrassem de momento(s) da vida em que se sentiram tristes. O objetivo era criar uma atmosfera triste.
  • Os pacientes que foram tratados com antidepressivos - e que se recuperaram bem - recaíram com maior frequência do que os que fizeram terapia cognitivo-comportamental.
  • Quanto mais estímulos e reativações de pensamentos disfuncionais maior o risco do paciente recair numa depressão séria.
  • Os pesquisadores chamam de pensamento disfuncional o alimentar memórias e tristezas. Médicos, assistentes sociais, terapeutas e até familiares e amigos precisam se conscientizar de que as pessoas que saem de depressões não saem fortes e que o risco de recaída é alto caso ocorram novos eventos tristes e caso "amigos" mergulhem os pacientes numa atmosfera de tristeza.
  • Toda a entourage do paciente precisa ficar alerta e ajudar o paciente a evitar pensamentos tristes e depressivos.
  • Não é verdade que temos que viver as crises e depressões até a última gota

Publicado em Archives of General Psychiatry (Volume 63).
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GLÁUCIO SOARES                       IESP - UERJ

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