Meu próprio tratamento

A consulta com dois médicos do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center trouxe poucas novidades. O tratamento hormonal seria mais eficiente se iniciado logo após a volta do PSA, há 7 anos. Agora, ele tem, segundo o Dr. Kempel, benefícios modestos e efeitos colaterais igualmente modestos, que podem ser reduzidos com outros medicamentos.
Fazer ou não fazer não é a questão. Fazer ou não fazer agora é a questão. Uma vez iniciado, posso fazê-lo no Brasil e, inicialmente, seria Casodex e, pouco tempo depois, Lupron. Dr. Kempel prefere o tratamento intermitente – que é suspenso quando o PSA atinge um nível suficientemente baixo e recomeçado quando ele atinge um nível mais alto, predeterminado. Todos os tratamentos hormonais, intermitentes ou não, perdem o efeito após algum tempo. Todos podem ser substituídos por outros, com ingredientes diferentes, mas cada novo remédio tem efeito geralmente bem menor do que o anterior.
A decisão de não iniciá-lo agora foi minha, mas Kempel estava claramente de acordo. Farei exames cada quatro meses. Ele deseja que eu faça exames de imagens – cíntolografia e tomografia computarizada (CT). Farei, mas gostaria de postergá-los porque raramente mostram alguma coisa nesse nível e a descarga radioativa da CT é muito alta. Não obstante, localizar cedo os principais focos tem suas vantagens.
Kempel claramente gostou dos meus indicadores não relacionados ao câncer. Posso melhorar bastante em alguns deles, mas isso requer ter um estilo de vida regular, dieta mais estrita e exercícios mais freqüentes e regulares.
Esse é o panorama. Dia 6 terei uma segunda opinião, do Dr. Meyers, que também foi diagnosticado com câncer da próstata. Funciona mais no estilo brasileiro (não trabalha em um grande hospital) e coloca mais ênfase em dieta e em exercícios.
Fechando, para mim essa é tanto uma questão psicológica quanto oncológica. Em não muito tempo, um novo estilo de vida, bem mais reduzido, vida mais limitada, vai começar. Tenho que me preparar para isso.


GLÁUCIO SOARES



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