Não é de hoje: a raça é um importante fator de vitimização por homicídios

Convivemos várias décadas com o mito do paraíso racial. Porém, a herança racista está presente até hoje em vários fatores que afetam a extensão da vida e a qualidade da vida. Os negros (pardos + pretos, de acordo com as categorias do IBGE) tem uma taxa de vitimização por cem mil habitantes substancialmente mais elevada do que os brancos. Houve, em Minas, um período triste de crescimento dos crimes violentos, inclusive dos homicídios. Entre 1997 e 2001 a taxa global mineira aumentou de 7,9 para 13,02, um aumento de 39%. Durante os cinco anos observados, a taxa de vitimização dos negros foi claramente mais alta do que a dos brancos.

 

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O mito do paraíso racial não é inócuo. Ele impede a elaboração de políticas públicas adequadas, dirigidas para reduzir as diferenças econômicas e sociais. Quanto mais cedo nos conscientizarmos de que há diferenças de oportunidade, desde a origem (e não de logro, de achievement, de esforço), mais cedo corregiremos essas desigualdades, com benefícios para todos.

 

 

GLÁUCIO SOARES                               IESP-UERJ

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