A sobrevivência do Câncer no Pulmão é muito maior no Japão

As taxas de sobrevivência do câncer no pulmão no Japão são muito melhores do que nos Estados Unidos.
Uma pesquisa de 2009 mostra que dois em cada três japoneses estão vivos depois da cirurgia no pulmão feita no National Cancer Center Hospital (NCCH) em Tóquio. Mas esses bons resultados não são típicos deste famoso centro e de mais nenhum! Dois anos depois, uma pesquisa com onze mil casos que 70% estavam vivos cinco anos depois. Comparando com resultados anteriores, o Japão não somente estava bem, mas estava melhor do que antes. Uma pesquisa dos resultados publicados em PubMed produziu resultados muito inferiores nos Estados Unidos e na Europa.
A que se deve a diferença?
Em tese, a explicação poderia ser causada por uma cirurgia mais detalhada, resecção em bloco, dissecção sistemática dos nódulos etc etc., mas o que parece fazer a diferença é que os japoneses fazem triagens. Mais da metade dos cânceres foi descoberta em triagens; somente um quarto foi durante exames para outros fins que usaram raios-X. No Japão, exames roentgenográficos (CXR) são usados desde a década de 40, como parte do controle da tuberculose. Estudos feitos nos Estados Unidos nas décadas de 50 e 70 mostram que as triagens quase não eram usadas: a primeira triagem de cunho nacional foi feita em 2012.
É um contraste com o que Sobue afirmou: quase oito milhões de japoneses fazem um exame CXR anual. Só em Okaiama em um período de onze anos mais de dois milhões e trezentas mil pessoas foram examinadas.
O resultado é que o câncer é descoberto cedo no Japão, numa percentagem muito mais alta do que em outros países. A prevenção compensa!
O Japão não parou aí: no fim da década de 80 os japoneses começaram a trabalhar com CT de baixo nível de radiação. O CT scan é mais sensível e a percentagem dos pacientes que foram diagnosticados no início (estágio IA) foi de 42% quando usaram o CXR e de 74% quando usaram o CT scan. O tamanho médio dos tumores descobertos foi de 30 mm com CXR e de 17 mm com o CT scan.
Esse é o resultado de um país que destina recursos para valer à prevenção e detecção do câncer do pulmão.
 

Gláucio Soares                   IESP-UERJ

 


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