Enfim, uma vacina e mais quatro meses de vida


Depois de anos, a FDA (com muitas diferenças, comparável à ANVISA) aprovou o medicamento PROVENGE no tratamento do câncer da próstata. Foi um processo longo e tortuoso, com interferências legais e acusações a médicos que compunham o painel de avaliadores (de que teriam vínculos com empresas competidoras).

Mas PROVENGE foi aprovado e está no mercado

O que faz? Não muito: na mediana, os que a tomam vivem quatro meses a mais do que os que não a tomam. Mediana significa que metade vive mais do que quatro meses e metade menos. Alguns não apresentam nenhuma melhoria e morreram da mesma maneira que os que não tomaram o medicamento, mas entre os que viveram mais do que a mediana, há os que viveram vários anos. Mas o custo é de matar o paciente, havendo estimativas que variam de 35 mil dólares e mais de cem mil. Pode?

Como é? Tiram células brancas do corpo do pacientes, misturando-as com proteínas e partes das células cancerosas. É diferente das vacinas tradicionais que injetavam, por exemplo, o veneno num animal forte e retiravam o soro sanguíneo do animal, purificando-o e injetando no paciente.

Provenge tenta ativar o sistema imune do paciente.

A virtude de Provenge é mostrar que é possível. A história das tentativas de produzir uma vacina contra o câncer da próstata é uma história de fracassos, um após o outro. O que parecia bom no laboratório naufragava nos experimentos clínicos.

O Dr. Phillip Kantoff, do Farber Cancer Institute, afirmou que "isso é algo que há décadas os pesquisadores vinham tentando". Essa demonstração significa que o capital de risco, necessário para realizar esses experimentos, já está se abrindo, e que novas "vacinas" virão.



GLÁUCIO SOARES    IESP-UERJ



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