Os suicídios na Bacia do Yangtze, China



Em 1997, ZHAO-XIONGHE,da Guangxi Academy of Social Sciences,na China, publicou um atigo, “A suicide belt in China: The Yangtze Basin” nos Archives of Suicide Research 4: 287–289,1998. Nele,subdividia a Bacia do Yangtze em três partes – a Bacia de Sichuan, a Bacia Baixa e o delta.
A Bacia de Yangtze é muito diferenciada e também apresenta diferenças importantes nas taxas de suicídio. A importância econômica e demográfica da Bacia de Yangtze é clara: 40% da população chinesa vive lá.
Várias das grandes áreas metropolitanas da China estão lá: Chengdu, Chongqing, Wuhan, Changsa, Nanchang, Hangzhou e Shanghai, todas com mais de um milhão de habitantes, com uma concentração de indústrias pesadas. Ao mesmo tempo, 70% do arroz era produzido lá, assim como 40% da agricultura depende de lá.

Uma característica infeliz da Bacia é a alta taxa de suicídio, cerca de 40% mais alta do que no resto do país, o que leva o autor a insistir na expressão “cinturão do suicídio”. Esse cinturão de suicídios é visto como parte de um cinturão maior, asiático, que inclui o Japão, a China e Sri Lanka.
O cinturão dos suicídios na China corresponde à área mas desenvolvida economicamente e culturalmente do país característica aplicável também ao Japão. Porém, as altas taxas de Sri Lanka não podem ser atribuídas a esse fator.

O cinturão é muito diferenciado: Zhejiang tem taxas semelhantes às de média nacional, ao passo que Hubei tem uma taxa 76% mais alta, Shanghai 107% mais alta e Hunan 173% mais alta. Na China a distribuição espacial dos suicídios não é aleatória. Os dados são antigos, incluindo a década de 70 e alguns a de 80.


Mas o que provoca a taxa mais alta nessa bacia? O autor sugere que as variáveis sócio-demográficas como estado civil, desemprego, razão de pessoas entre os sexos,
esperança de vida ao nascer, idade mediana e percentagem de idosos no
cinturão dos suicídios tem valores semelhantes às demais regiões, mas que o desenvolvimento econômico é mais elevado. Sugere ainda que as enchentes periódicas inserem uma nota de instabilidade devido a que algumas foram catastróficas, inclusive uma legendária em 2297 antes de Cristo, marcando a bacia como uma região afetada por catástrofes naturais, que teriam taxas mais altas de suicídios.


O caráter tentativo dessas sugestões mostra que, na China, os estudos na área são incipientes, a despeito da taxa de suicídio entre mulheres ser a mais alta do planeta.



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