A família, regras claras e mortes no trânsito

Todas as semanas lemos algo a respeito de jovens e adolescentes mortos no trânsito. Algumas dessas notícias mostram o papel que as bebidas alcoólicas e as drogas tiveram nesses desastres que, às vezes, cobram várias vidas. O estilo de vida de alguns jovens implica em risco de vida que é totalmente desnecessário, mas os pais podem ajudar. Ter regras claras e implementar as regras domésticas são importantes para reduzir o risco de acidentes de seus filhos e filhas.

Evidentemente, a primeira pergunta de um pai ou mãe preocupado e inteligente é como evitar que isso aconteça. Os dados abaixo mostram o resultado de pesquisa recente e o que ela revela:

Em 19 de setembro de 2006 foi publicado o estudo mais recente da série SADD - New Study: Parental Consequences Significantly Deter Dangerous Driving Behaviors in Teens. É feito a intervalos regulares, com jovens. Quais os principais resultados?

· Um em cinco jovens ainda bebem e dirigem: 19% reconheceram que dirigiram sob os efeitos do álcool;

· outros 15% tendo usado maconha

· e 7% tendo usado “outras drogas”.

Qual o efeito que, segundo os adolescentes, tem o comportamento dos pais?

Mais do que os pessimistas acreditavam e menos do que os otimistas esperavam. Para isso, a pesquisa dividiu os adolescentes em dois grupos:

Aqueles cujos pais deixavam claro quais seriam as conseqüências de dirigir sob a influência de alguma droga, legal ou não, e os que não faziam isso.

· Entre os primeiros, 16% dirigiram tendo bebido; entre os últimos 29% o fizeram. É uma diferença estatisticamente significativa;

· Com relação a maconha, as diferenças foram menores 14% e 18%

· E com relação a “outras drogas”, 6% e 11%

· Adolescentes que nunca dirigiram sob a influência de álcool ou de qualquer droga: 78% no primeiro grupo e 59% no segundo

O excesso de velocidade é um reconhecido fator de perigo para acidentes. A existência de regras claras também ajuda a limitar esse perigo: entre os que vivem em famílias com regras claras, 44% dirigiram oito ou mais quilômetros acima do limite, menos do que os que vivem em famílias sem regras ou com regras “flexíveis” e arbitrárias: 56%.

Nessa área, a impunidade também conta. Dirigir e falar no celular é crime e há boas razões para que seja. Os adolescentes que dizem que se violarem as condições estabelecidas pelos pais não há escapatória, vão pagar o preço, apresentam comportamentos muito mais sensatos - 37% dirigiram e falaram nos celulares, em comparação com 65% daqueles que não acreditam nas regras familiares e acham que não serão punidos.

Os resultados são ainda melhores se, além de deixarem claro que as punições acontecerão, os pais também elogiam o “bom” comportamento dos filhos e filhas.

A participação das famílias e do poder público é indispensável: desde 1981, os Estados Unidos conseguiram reduzir as taxas de mortes em veículos relacionadas ou causadas pelas bebidas alcoólicas em 60%. São dezenas e dezenas de milhares de vidas salvas.


Comentários

Anônimo disse…
No final do século XIX um estudioso defensor de regras claras de comportamento e punições severas aos desviantes publicou um livro sobre como educar crianças que se transformou na "bíblia" sobre o assunto, na Alemanha.

Essa geração muito disciplinada e incapaz de desobedecer por medo da "marginalidade" do comportamento desviante e a consequente punição/humilhação foi responsável pela tortura e morte sistemática de milhões durante o regime nazista.

Fui criado em uma família onde sempre me foi dada a opção de bater nos coleguinhas do colégio, quebrar o q eu quisesse, experimentar drogas, se eu quisesse, adoro carros e tenho um dos mais velozes.

Optei não bater nos coleguinhas se não fosse necessário, não destruia pq sabia q ficaria sem o objeto, nunca experimentei nenhuma droga, nem cigarro e bebo muito raramente.

Quanto ao automóvel, devo dizer que muito jovens morrem não só porque nossas vias são extremamente mal projetadas e conservadas como os carros não contam com sistemas básicos de segurança como ABS sistema de controle de tração e principalmente, projetos mais recentes que garantem a rigidez torcional da carroceria.

Mas isso n aparece em nenhuma estatística.

Quanto as "regras claras" mesmo dentro do limite de velocidade é possível perder o controle do carro, basta a pista estar molhada ou descuidod e outro motorista.

Não é dado nenhum curso sobre direção no limite, não é mostrado na auto-escola que o carro tem um limite, e quase sempre ele comunica ao motorista esse limite, que não esta "alfabetizado" para reconhecer esses sinais, pois nunca os viu de forma teórica ou empírica.

O que expus são alguns fatos e sugestões de alternativas para a internalização do limite de forma mais lógica e tangivel e menos "programação social"

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