Diagóstico de câncer e suicídio

Thomas H. Maugh II, escrevendo para o LA Times, relata pesquisa que mostra uma redução na taxa de suicídios dos homens recém-diagnosticados com câncer da próstata. O uso do PSA aumentou o número dos pacientes diagnosticados cedo e, também, dos diagnosticados com cânceres não agressivos. Creio que uma percentagem mais alta dos que tinham cânceres agressivos, medidos pelo escore Gleason, passaram a ser descobertos mais cedo, oferecendo bons prognósticos. Depois do PSA (cujo uso generalizado começou em 1993) o risco de suicídio baixou muito nos Estados Unidos: era 90% mais alto do que em população equivalente, nos primeiros três meses, e 30% mais alto no primeiro ano, mas após o PSA as taxas se aproximaram muito das taxas de homens normais, sem câncer. O diagnóstico de câncer é uma pancada nas pessoas e os resultados se fazem sentir não apenas nos suicídios: o risco de morrer de um ataque cardíaco dobrava no primeiro mês! Depois, baixava muito e, no primeiro ano, o aumento no risco passou a ser de 9%. Muitos argumentam que a melhoria de parte da população de pacientes se deve a medidas tomadas em função do próprio diagnóstico, como parar de fumar que, já sabemos, reduz rapidamente as taxas de mortes por problemas cardio-vasculares.



A cultura conta: os mesmos autores mostram que, na Suécia, o diagnóstico de câncer da próstata aumenta o risco de suicídio em 20% e permanece 20% mais alto.

Outras variáveis contam. Amy Munday informa que o risco de suicídio é menor entre casados do que entre solteiros; os que buscam apoio psicológico e emocional reduzem o risco de suicídio. Essa autora afirma que o estresse e o risco adicional trazido pelo tratamento hormonal são parcialmente responsáveis pela morte, por problemas cardio-vasculares, de quase sete mil homens de 343 mil que foram testados

Essa pesquisa foi publicada no Journal of the National Cancer Institute.



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