Sobreviventes de um câncer têm maior probabilidade de terem melanoma

Sobreviventes de um câncer têm maior probabilidade de terem outro câncer

Antes de iniciar a radioterapia, os assistentes do radiólogo avisaram que o tratamento aumentaria o risco de eventualmente desenvolver outro câncer. Nos meus 17 anos de leituras sobre o câncer, encontrei diversos casos de pacientes que tiveram vários cânceres.

O que está acontecendo?

Primeiro, o que é estatisticamente esperado: o câncer reincide, seja porque não foi curado, seja porque há predisposições genéticas, seja porque o estilo de vida não muda como seria necessário e aumentando o risco de ter o mesmo câncer. Por exemplo: os que trabalham com alta exposição ao sol têm maior risco de melanoma e curar o melanoma num lugar não significa que outro não venha a se desenvolver noutra parte do corpo. Isso faz com que os sobreviventes de melanoma tenham um risco de voltar a ter um melanoma que é 12 vezes mais alto do que o da população como um todo (tomando os dados americanos como base).

Porém, a nova pesquisa que provocou este post se refere ao risco mais alto de pessoas que sobreviveram outro tipo de câncer terem melanoma.

A que se deve isso?

Certamente pode ser a composição genética d@ paciente, que @ predispõe a outro tipo de câncer.

Mas há, pelo menos, três outras possibilidades (além de outras não tocadas neste artigo):

O tratamento de um câncer aumenta o risco de desenvolver outro, como me advertiram os assistentes que me deram um briefing antes da radioterapia;

O estilo de vida que conduziu a um câncer pode levar a outro. Por exemplo: pessoas com estilo de vida que comprometem o sistema imune ou  aumentam a predisposição a vários cânceres, como usar drogas, fumar e ser alcoólatra;

As mudanças no estilo de vida induzidas por um câncer e reações psicológicas a esse câncer podem aumentar o risco de melanoma: aumento do estresse e das tensões, depressão, insônia, fadiga, isolamento e outras.

O resultado: mulheres que foram diagnosticadas com câncer da mama antes dos 45 têm um risco de melanoma que é 38% maior que o de outras mulheres.   

Sobreviventes de outros cânceres, como o da próstata e o linfoma, também têm um risco adicional.

O que fazer? O dr. Jeremy S. Bordeaux, diretor do programa do  melanoma program nos University Hospitals Case Medical Center and Case Western Reserve University, em Cleveland, simplifica: fiquem duplamente de sobreaviso em relação aos melanomas.

 

GLÁUCIO SOARES                 IESP/UERJ

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