As melhorias no tratamento dos cânceres

As pequenas melhorias não entusiasmam tanto quanto as grandes, ainda que salvem mais vidas, assim como os riscos do quotidiano provocam menos medo do que os acontecimentos que acontecem pouco mas matam muitos, como Chernobyl. Em pouco tempo, os mortos no trânsito superaram em número os mortos em Chernobyl.

O câncer é parecido. A abiraterona apareceu muito na media porque prometia a cura (de fato, não é cura, longe disso), mas poucos se impressionam com o fato de que, cada ano mais pessoas são salvas e menos morrem de câncer. Um artigo por Steve Buttry argumenta ao longo desse raciocínio, que não é novo.
Não obstante, houve muito progresso. Ele relata que em meados da década de 70 a mãe da sua esposa e o pai dele descobriram que tinham câncer. Nas décadas de 60 e 70 o grande público acreditava que câncer era sinônimo de morte. De fato, parecia. O pai de Steve foi diagnosticado com câncer da próstata e morreu em um ano; a sogra de Steve foi diagnosticada com câncer no cólon e morreu em três. Hoje, a expectativa de vida das pessoas que são diagnosticadas com esses cânceres é muito, muito maior. O proprio Steve enfrentou um câncer do colon, fez cirurgia e já se passaram dez anos. Ficou atento e, por isso, fez outra para retirar pólipos.
O câncer tem uma dimensão genética e o irmão de Steve também teve câncer na prostata. Porém, as coisas mudaram desde as décadas de 60 e 70: hoje 98% dos pacientes que sofrem desse câncer estão vivinhos cinco anos depois do diagnóstico. O câncer do cólon, antes considerado letalíssimo, também apresentou melhoras na sobrevivência: 64% estão vivos cinco anos depois do diagnóstico. Se fôr diagnosticado antes da metástase, a percentagem sobe para 90%.
Câncer é uma barra: nos Estados Unidos matará, esse ano, entre quinhentas e seiscentas mil pessoas. Porém, mais gente sobrevive ao câncer do que morre dele. A American Cancer Society
calcula que haja onze milhões de americanos que tiveram câncer e não morreram. O progresso é muito desigual e alguns cânceres, como o do pâncreas e um dos cânceres do cérebro, o glioblastoma, por exemplo, continuam sendo de altíssima letalidade. Mas a direção é clara: maior sobrevivência.


GLÁUCIO SOARES               IESP-UERJ



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