Alcoolismo, genética e câncer do esôfago

O câncer do esôfago é dos mais letais. Dependendo do país (e da qualidade da medicina dentro dele), em cinco anos somente de 12% a 31% dos pacientes estão vivos. Sabemos que o risco desse câncer aumenta com o consumo de bebidas quentes e o consumo excessivo de café e de comidas muito apimentadas. O que não sabíamos é que muitas pessoas que, quando bebem, ficam com o rosto avermelhado aumentam muito o risco de perder a vida com câncer do esôfago. Esse é o resultado de pesquisas feitas com pessoas do este da Ásia.
Por quê?
Parece ser uma suscetibilidade genética dos que têm um enzima deficiente, chamado (em Inglês) de aldehyde dehydrogenase 2 (ALDH2). Muitas pessoas daquela parte do mundo possuem essa deficiência, aproximadamente 540 milhões de pessoas, que representam 8% da população mundial. Essa deficiência faz com que haja uma reação forte ao consumo de álcool que se expressa na vermelhidão do rosto. São fenômenos tão relacionados que a vermelhidão (flushing) é um bom indicador da deficiência genética. O enzima é inativo nos que possuem a deficiência. No Japão, Akira Yokoyama e sua equipe demonstraram que as pessoas com uma cópia do gene inativo tem um risco de seis a dez vezes maior de ter câncer do esôfago. Se forem alcoólatras, as consequências são catastróficas: os que bebem 33 doses ou mais têm um risco 89 vezes maior do que os que não bebem. Essa combinação de uma deficiência genética com o alcoolismo é particularmente letal.



GLÁUCIO SOARES            IESP-UERJ



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