As doenças mentais e políticas públicas

É importante não subestimar as doenças mentais. Não temos, no Brasil, dados confiáveis sobre a incidência e a prevalência de doenças mentais e, por isso, temos que fazer referência aos dados de outros países. Nos Estados Unidos aproximadamente um em cada quatro pessoas sofre de uma doença mental (das diagnosticáveis) cada ano, todos os anos. Isso significa perto de 60 milhões de adultos somente naquele país.
Porém, as doenças mentais tendem a se acumular e as mais pesadas, usualmente mais de uma numa pessoa só, afetam uma pessoa em cada dezessete. As doenças mentais são a principal causa de pessoas adultas (entre 15 e 44) que ficam incapacitadas pelo trabalho.
Comorbidade é a presença, no mesmo momento, de duas ou mais doenças mentais na mesma pessoa. Entre as diagnosticadas com uma doença mental, quase metade apresentam sintomas de outra doença mental. Quanto mais séria uma doença, maior a probabilidade de que haja outras.
O custo das doenças mentais, econômico, social e psicológico, é muito alto. A pesquisa chamada de Global Burden of Disease mostra que as doenças mentais, inclusive os suicídios, custam mais do que o câncer. A razão é o número muito maior de pessoas que enfrentam doenças mentais, particularmente em idades produtivas.
Assim, as doenças mentais são um problema nacional que merece atenção, recursos e pesquisas adequadas.





GLÁUCIO SOARES                       IESP - UERJ

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