Os ex-petistas

Há tempos, décadas, uma amiga americana brincando em sério afirmou que a maior denominação religiosa individualizada nos Estados Unidos era a dos ex-católicos. Haveria mais ex-católicos do que católicos e do que todas as denominações protestantes e evangélicas consideradas separadamente. Presbiterianos, metodistas, congregacionalistas, etc. etc.

Ontem, outra pessoa fez uma observação semelhante sobre os ex-petistas. Já são numerosos e crescem diariamente.

São muitos, mas não os vejo como massa homogênea. Há os que se decepcionaram com os rumos ideológicos “mais aguados” tomados pelo partido e foram para outros partidos, inclusive formando o PSOL. Saíram antes. Há os decepcionados éticos, afugentados pelos escândalos e, como sugeriu meu interlocutor, também há os oportunistas que acham que continuar petista prejudicaria suas chances de eleição, reduziria suas chances de emprego no setor público ou outras perdas. Esses em nada diferem dos que abandonaram e abandonam, oportunisticamente, outros partidos. São o grosso dos que mudam continuamente de outros partidos; não sei que percentagem representam dos que saíram do PT.

O PT foi, é, e será um partido importante no cenário político brasileiro, e o êxodo de muitos de seus membros é um fenômeno politicamente relevante que merece um estudo objetivo e sério.

Tema adequado para um doutorado.

GLÁUCIO SOARES

IESP/UERJ


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