O alto custo invisível da lista dos infiéis da Ashley Madison


Antes de rir da divulgação de 31 milhões de e-mails e nomes de pessoas que buscam transas fora do casamento e da relação dominante, listados no “site da infidelidade”, pense duas vezes. Há doze países cujas leis seguem uma versão radical da Sharia. Neles, a pena capital pode ser aplicada a homo afetivos e a adúlteros e adúlteras (usualmente as últimas). Na Arábia Saudita um gay pode ser executado, seja enforcado, decapitado ou apedrejado até a morte. Segundo as listas tornadas públicas, há mais de mil e-mails de sauditas. Há cidadãos e residentes de outros países muçulmanos radicais cujos nomes e e-mails estão na lista.

A infidelidade é a principal causa dos divórcios e separações, de filhos sem pais presentes – e os problemas que eles enfrentam. O e-mail da parlamentar britânica Michelle Thomson está na lista. Acionada, a polícia considera a possibilidade de que foi colocada lá por inimigos políticos.

Não faço a apologia da infidelidade, do engano e da mentira; faço a crítica de uma brincadeira marqueteira que divulgou os hábitos e preferências sexuais de trinta e um milhões de pessoas e que já deve ter custado muitas vidas e muita, muita infelicidade. Não aceito rir à custa da infelicidade alheia.

GLÁUCIO SOARES IESP-UERJ

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