Em 2014 foi iniciada uma campanha de esclarecimento, conscientização e prevenção a respeito dos danos causados pelo fumo chamada Tips. Boa parte da campanha se baseou em relatos de fumantes e antigos fumantes. Os organizadores estimam que, devido à campanha, nada menos do que 1,83 milhões de fumantes tentaram deixar o vício, um número substancial, mas apenas 104 mil conseguiram abandoná-lo definitivamente.
Eu aprendi três coisas com esses resultados:
1. É muito difícil abandonar o vício: menos de seis por cento conseguiram como resultado dessa campanha;
2. Não obstante, os resultados valeram o esforço da campanha: mais de cem mil deixaram. Muitas, muitas vidas foram salvas.
3. Essas estimativas são frágeis porque não sabemos quantos deixariam de fumar sem a campanha.
Dados epidemiológicos estimam que quase meio milhão de americanos morrem anualmente devido às consequências, diretas e indiretas, do fumo.
Pior: para cada um que morre, há trinta vivendo com sérios problemas e restrições. Vidas encolhidas, irremediavelmente comprometidas.
Seria bom se, na vida de cada um, essa luta começasse mais cedo. Lembro-me de Yul Brinner, ainda relativamente jovem, no leito de morte, respondendo à pergunta (se me lembro bem...): "há algo que queira dizer?"
Respondeu: “don’t smoke”. Não fumem.
GLÁUCIO SOARES IESP/UERJ
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